
Aproveitando a data comemorativa do dia do Médico (18/10/14) entrevistamos nossa colega Livia Matavelli Santos, Médica de Família e Comunidade (MFC) Capixaba que já foi da Diretoria da Associação Capixaba de Medicina de Família e Comunidade (ACMFC) está iniciando o curso de mestrado em Saúde Pública na Universidade de Cardiff, no País de Gales, e mantivemos contato com ela para falar um pouco do inicio dessa experiência.
ACMFC – Livia, por que Cardiff? Pais de Gales não está entre os destinos mais conhecidos pelos brasileiros que desejam estudar no exterior.
R: Porque a universidade é muito bem conceituada dentre as nações do Reino Unido e em nível internacional. Eu estava procurando mestrados nos Estados Unidos e no Canadá, pois acho importante conhecer como os sistemas de saúde funcionam em outros países, mas durante uma feira de intercâmbio conheci várias Universidades do Reino Unido, também fiquei sabendo que o visto de estudante para graduação e pós-graduação no Reino Unido nos permite trabalhar até 20 horas por semana, o que ajuda muito. Mas o principal é que há uma história consistente e reconhecida dos Britânicos na área de saúde pública.
ACMFC – Como foi o processo de seleção?
R: O processo de seleção para uma universidade britânica é baseado nas notas e nas cartas de recomendações que o candidato apresenta. Como o inglês não é nossa língua materna é necessário fazer um exame de proficiência da língua inglesa e este ano o consulado Britânico excluiu o TOEFL da lista dos exames aceitos para o visto, com isso as universidades também não estão mais aceitando. No meu caso fiz o IELTS e após o resultado da prova enviei por e-mail o certificado junto com o meu diploma, o certificado da residência e os históricos da faculdade e da residência todos traduzidos para o inglês.
Além dos documentos acima, foi necessário apresentar 2 cartas de recomendação, sendo que uma delas tem que ser de alguém que teve contato comigo no meio acadêmico, e 1 personal statment, que é uma carta que tive de escrever dizendo principalmente porque escolhi aquela universidade, como posso contribuir com o curso, como posso aplicar o meu conhecimento e minha experiência no curso e qual o meu objetivo após o mestrado.
ACMFC – O domínio do inglês é mesmo uma necessidade?
R: Sim, o domínio do inglês é extremamente importante. Afinal o curso todo é em inglês e se você não tem um bom domínio da língua será impossível acompanhar o curso.
ACMFC – O que acha que foi decisivo na sua aprovação?
R: É difícil dizer, pois as vagas são preenchidas de acordo com a procura, por exemplo, uma das universidades que me candidatei eu não consegui a vaga pois foram preenchidas por 2 candidatos que se apresentaram antes de mim. Mas de acordo com o que eu vi no processo de avaliação dos documentos pela Cardiff University o primeiro documento avaliado foi o certificado do IELTS (prova de inglês), depois o meu diploma e o histórico do curso de medicina e por último as cartas de referência e o meu personal statment.
ACMFC – E o custo de vida em Cardiff comparado com Vitoria.
R: Não é muito diferente, a principal diferença é o custo com moradia, que é mais caro. Com relação a alimentação e outros bens de consumo se você for converter em Real não fica muito diferente.
ACMFC – Qual a ligação da Universidade com a Cocharane?
R: A sede física da Cochrane Library, pertence à Universidade, na prática é a biblioteca da área da saúde.
ACMFC – Quais os planos para o futuro?
R: Em curto prazo conseguir terminar o mestrado (risos). O curso é muito intenso e tem algumas disciplinas que não aprendi na graduação, por exemplo estatística. Preciso estudar muito para conseguir acompanhar.
Em longo prazo quero conseguir um emprego em uma organização que trabalha com saúde pública internacional, também irei tentar um doutorado, possivelmente em Cardiff.
ACMFC – Que bom receber notícias suas e parabéns pela conquista e mantenha seus colegas Capixabas informados.
Lívia – Um abraço a todos e manterei contato.
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